sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vida

Voltei no passado por alguns segundos, e percebi que já vivi a inocência de uma criança, brinquei com brinquedos dos anos 80 e me divertia com poucas coisas, mas sempre exercitando minha criatividade, fui a lugares que na minha visão infantil eram paradisíacos, mágicos incomparáveis e realmente inesquecíveis, mas que após anos se tornaram comuns e normais, apesar de ainda me trazerem alegrias. Conheci e vivi sentimentos ainda na conturbação da transição da infância com a adolescência, me apaixonei, morri, revivi, me irei, sofri, chorei.... e finalmente cresci, ou quase isso....rs.

Viajei e com toda a força da juventude resolvi enfrentar a vida, com alvo um futuro próspero e belo, mas não conhecia a vida, iludia e sonhava com coisas que não aconteceram e acabei tendo que pedir ajuda, mas não fui até ela. Com o orgulho jovial resisti até que ela veio até mim.

Vivi intensamente a vida e experimentei muitas coisas, vivi a solidão, as companhias, as amizades, fiz muitas mulheres felizes, em momentos que se eternizaram, mas magoei e fiz outras chorarem... chorei muitas vezes junto, chorei sozinho por não pertencer a ninguém e ao mesmo tempo a muitas, e tudo isso durou uma eternidade, festas, loucuras, sumiços, amizades, tecnologias como a internet, contatos distantes, paqueras distantes, namoros distantes, mas a vida acontece aqui e agora, tudo foi ilusão e novamente voltei a vida, e dancei....conforme a musica tocou...... foram muitas musicas, ilusões, desilusões, aprendizados e novamente cresci.... voltei para a cidade inicial, onde vivi minha infância, mas nada era mais como antigamente.... e novamente senti o peso e a frigidez da solidão, novamente chorei, mas logo amizades floresceram, contatos se fizeram e uma ilusão; um namoro feito a distancia em um passado não estava mais tão distante. Mergulhei e pensei ser o tempo de me tornar finalmente um adulto, fizemos planos, sonhamos, vivemos, mas as peças não se encaixaram e os castelos desmoronaram. Morri, mas desta vez um pouco mais experiente a morte não foi tão duradoura como no passado, mas o gosto de viver a dois permanesceu e enfim buscava um relacionamento estável e duradouro e encontrei, novamente por um contato distante, mas desta vez não desejei esperar o acaso, lutei e parti, desta vez para uma cidade gelada onde as pessoas assim se comportavam, mas isso não me importava estava feliz, ao lado de alguém que e pensei ser a peça perfeita, mas com o passar do tempo, percebi que realmente ninguém o é, e falhei.

Então os sonhos que acabei construindo, assim como muitos outros se tornaram pesadelos e se findaram, mas este me presenteou com uma vida e esta vida hoje cresce. E eu envelheço, nesta cidade gelada com pouquíssimas pessoas com quem contar, ou me divertir, enquanto meus amigos se tornaram distantes, em lugares distantes e sem muito contato.

Vivi, e não me arrependo de nada, chego neste ponto e vejo que fui um grande sonhador, um ser que viveu sonhos, ilusões e que se divertiu muito com todas estas coisas, porem hj os sonhos morreram. E vivo uma realidade parada, estagnada, cinza.